Certo dia eu e minhas amigas da igreja assembléia de Deus em alto do resplendor Recife-PE, decidimos estudar juntas para o vestibular do na época CEFET-PE. Uma amiga que era boa em matemática nos dava aula na cozinha da igreja. Geralmente era no domingo à tarde ou a noite quando não havia culto, estudávamos também na casa de uma outra amiga. Confesso que embarquei nessa por causa que já havia terminado meus estudos em 2005 e não tinha um emprego, então toda essa ociosidade me levou a entrar nesses grupos de estudos. No fim do ano de 2007 fui convidada pela minha prima Thayane para ir com ela e sua família para visitar o estado de São Paulo. Não pensei duas vezes e fui embora deixando os estudos pra trás.
Decorridos quase um mês, minha mãe me ligou dizendo que haviam perguntado a ela se eu não ia fazer a prova do CEFET. Eu confesso que nem sequer me lembrava mais da prova. Mesmo sem estar preparada respondi que sim, quando voltasse das férias faria a prova. Eu pedi pra minha mãe fazer minha inscrição, então ela me perguntou tu quer fazer qual curso? E eu nem sabia qual era os cursos oferecidos pela instituição. Então minha irmã Késia foi até a igreja e perguntou a uma amiga quais eram os cursos, quando fiquei sabendo quais eram não me empolguei com nenhum.
Como eu tinha uma conhecida que fazia o curso de refrigeração e ela falou que era legal eu disse pra minha mãe me inscrever nesse. Daí minha mãe foi na lan house (porque na época ainda não tinha computador na minha casa) e fez minha inscrição, depois minha irmã foi e pagou a taxa de inscrição no ultimo dia, em cima da hora. Voltei de férias e fui fazer a prova, só por ir mesmo não achava que iria passar. Grande foi a minha surpresa quando descobri que havia sido aprovada. Fiquei super feliz e sentia que de alguma forma aquilo mudaria um pouco a minha vida.
Começando o curso logo vi que aquilo que eu estava estudando não era minha praia, mas eu continuei pois em questão de emprego era uma boa área para se trabalhar. Na época meu objetivo era esse: arrumar um bom emprego. No CEFET, que depois passou a se chamar IFPE, conheci pessoas de todos os tipos e fui tendo contato com outras realidades, como a vida de universitário. Depois de um tempo eu soube que o eu queria mesmo era entrar na universidade. Daí eu não me dedicava mais ao curso de refrigeração e por diversas vezes pensei em desistir.
Mas o que me motivou a continuar foram meus pais que sempre me incentivavam a terminar o curso e os meus amigos, que são pessoas sensacionais. Eu gostava de estar com eles, das visitas técnicas, de conversar, das festas surpresas quando algum fazia aniversário e até quando nos juntávamos para estudar.
Com isso fui ficando e acabei terminando o curso junto com a minha turma. Mais tive que continuar depois pois fiquei devendo duas cadeiras: uma delas eu paguei no semestre seguinte, mas a outra que nunca vou esquecer (acionamentos e controles elétricos) foi o calo no meu pé. Tentei paga-la 3 vezes mas nunca consegui terminar por conta da minha vontade de fazer faculdade. Primeiro foi o pré-vestibular, depois foi pela faculdade mesmo pois finalmente consegui passar no curso que eu queria e eu sempre priorizei a faculdade. Com isso contrariando meus pais, eu desisti de tentar pagar a tal cadeira e terminei não conseguindo tirar meu diploma por causa de uma única cadeira. Mas não me arrependi hoje em dia eu estou na faculdade, fazendo um curso com o qual eu realmente me identifico.
Mesmo não tendo conseguido o diploma, eu ganhei muito estudando no IFPE, experiências que jamais esquecerei, conhecendo pessoas inesquecíveis. Posso classificar minha vida antes e depois do IFPE. Evolui como pessoa, aprendi a conviver com pessoas diferentes de mim. Me tornei mais social, mais comunicativa, mais determinada, menos medrosa, aprendi a me virar sozinha nos ônibus da vida e passei a gostar mais de estudar. Acima de tudo aprendi a não andar sempre conformada, aprendi a querer sempre mais.
Uma das experiências que o IFPE me proporcionou foi no meu estágio na Arclima Engenharia. Lá foi uma escola para mim, aprendi de tudo um pouco, aprendi a agir sobre pressão e principalmente a desenvolver melhor meu relacionamento com as pessoas.
Tenho muito a agradecer aos meus colegas de trabalho pela paciência, consideração e amizade, não vou esquecê-los jamais. Meu chefe Joab, que me ensinou muitas coisas com seu jeito diferente de ser.
E em especial a minha amiga de hoje e sempre e colega de trabalho Keila Priscila, sem ela eu não teria conseguido. Ela sempre foi minha companheira, que me ajudava, de todas as maneiras que uma pessoa pode ser ajudada. Sua paciência comigo foi sem igual, ela sempre me suportou mesmo quando eu não estava num bom momento. Nossa amizade vai ser pra sempre, disso eu tenho certeza.
A coisa que mais importou nessa jornada de IFPE foram as amizades que vou guardar comigo sempre. Passamos momentos impar. Mesmo que a distância nos separem mais as lembranças estarão sempre comigo, eles terão sempre um lugar especial no meu ♥.
Esse amigos são especias:
Viviane
Ivânia
João Paulo
Keila
"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
Por toda essa experiência gostaria de agradecer primeiramente a Deus que me deu a oportunidade de viver tudo isso e aos meus queridos pais, que sempre me apoiaram financeiramente com passagens, xerox, lanches e emocionalmente me incentivando para eu não desistir. Sei que a vontade deles era que eu tirasse meu diploma, mas não deu o meu verdadeiro diploma foi a experiência fantástica de estudar no IFPE.
Amo vocês!
